quarta-feira, novembro 16, 2005

É força que eu tenho

Era força que saía, ou tentava pelo menos. Eu sentia-a e guardava-a encarceradamente, era tanta que nem cabia em mim. Havia dias em que a sentia fugir pelos ouvidos e pelo nariz... a boca tenho-a fechada, não vá às vezes ser traída por ela, como aliás tenho sido por quase tudo, principalmente por mim... É verdade! Eu estragava sempre tudo... tanta força, tanta força, e quando ia ver... já estava! Tinha feito ou dito um disparate (tinha muita coisa cá dentro) eu bem tirava, mas não saía, ou então o que saía era de ficar lá dentro. Bato em vez de beijar, afasto em vez de abraçar... Para isto tinha eu muita força, ou para chorar e rir alternadamente e em simultâneo, mas para o que precisava... Eu precisava de mim, de me voltar a sentir, de voltar a escrever sem medo de me ver... de me amar e de te amar a ti. Se calhar não sabes, mas eu também consigo... Eu costumava amar quando não conhecia os outros sentimentos... mas agora tenho a força!

07.12.03