sábado, julho 19, 2003

Neste pequeno texto que inicio, não tenho pretensões de mostrar que teoricamente estudei a matéria, ou ter algum tipo de aspirações a intelectualismos que tantas vezes se tornam agonizantes. Até porque para mostrar isso, foi-me sugerido um trabalho escrito.
Começo agora a falar da minha passagem pala odisseia nas imagens. Comecei por dar preferencia ao tema «como salvar o capitalismo». Há muito me preocupava com algumas questões que nos rodeiam, mas que a classe política em geral não sabe resolver.
Tenho de admitir que os anti-americanismos residem em mim de forma intensa e não conseguia perceber bem o que era ser americano, até ter o prazer de conhecer william klein. Fui-me envolvendo de tal forma, que já estava possuída por uma mistura de revolta pela realidade visionada e fascínio por esta arte que é documentar. Este senhor que acima mencionei trocou a terra da «liberdade» por França, onde vive até hoje. Da fotografia ao cinema, foram muitas as intervenções que tanto incomodam quem se diz ser «livre». (Deve com certeza ter visto que, já que na terra dele não se podia salvar quase nada, pelo menos salvou-se a ele) . Com a sua mente brilhante, ajuda-nos a todos a perceber, que tudo o que os americanos destroem não é deles, então que saibam salvar o próprio capitalismo, que eles tanto adoram, no meio do caos que os rodeia. Isto eu pude verificar no filme «Mr. Freedom», onde william klein utilizou tanto «kitch» e um humor irónico genial, que só assim era capaz de retratar a América; outro documentário que mostra claramente como na terra da liberdade o racismo ia aos extremos foi «Eldridge Cleaver» o líder dos «Black Panther» que tanta polémica causou e causaram mesmo em pleno «woodstock» que deveria simbolizar «Peace and Love».
Em documentários como «ya kuba» e «havanna mi amor», tive consciência da realidade de um povo que apesar das diferenças, a essência era igual. Lutaram todos por uma causa que muitos de nós nem reparam nela, mas que deveria ser a nossa melhor amiga e, os amigos nunca se esquecem, nem a falta deles. Este Povo nunca teve liberdade e lutaram toda a vida por ela, a troco de nada, alguns chegaram ao fim da vida sempre a lutar e perderam tudo aquilo a que damos tanto valor; a família, a casa, tanto que nem podemos imaginar. Mas por outro lado, ganharam o que nunca tiveram – LIBERDADE e hoje «presos» a ela, continuam a lutar com medo de a perder.




Carla Susana M. Ribeiro
07/07/02