«Hoje em dia, o jornalista tem um vastíssimo campo para investigar e fazer informação. Tem uma liberdade de movimentos que não tinha antigamente, mas também é verdade que se acabaram as costas largas da censura e o jornalista tem que ter um sentido mais apurado de responsabilidade». O subdirector do 1º de Janeiro, Marques Pinto, em entrevista, fez um apanhado da transformação que houve na imprensa em 40 anos de vida em prol do jornalismo.
Marques Pinto inicia-se no jornalismo com apenas 16 anos, no 1º de Janeiro, numa altura em que não existiam escolas para a prática do mesmo. O 1º curso a existir foi o centro de formação de jornalistas em 1983, no Porto. As instalações na rua do Melo, cedidas pelo Dr. Fernando Gomes, na altura secretário de estado da habitação, rapidamente se tornaram insuficientes devido à grande aceitação por parte dos alunos. Dois anos depois, sentem necessidade de criar uma escola superior, que satisfizesse as suas necessidades, continuando lá a existir, na rua do Melo, pequenos cursos de formação.
A escola superior de jornalismo (esj) foi então fundada a sete de Maio de 1985, onde aparece Marques Pinto como um dos fundadores e até hoje professor da cadeira de imprensa.
Na altura em que o actual subdirector do 1º de Janeiro se inicia na redacção, não existiam máquinas de escrever, telex, nem fax; a única coisa que podiam utilizar nas comunicações à distância era o telefone, que na altura já era um luxo. A sua máquina de escrever era de ferro e foi a 1ª da redacção e o barulho que fazia incomodava os mais velhos que escreviam calmamente à mão.
Nos jornais não podíamos encontrar grande informação, porque o regime proibia tudo ou quase tudo o que afectasse a paz serena em que deveria viver a sociedade Portuguesa. O jornalista afirma mesmo que, «a maioria dos jornalistas não concordavam com a censura porque lhes cortavam as asas.»
Nessa altura havia a agência ANI, agência do estado com poucos jornalistas, que servia indirectamente para fazer propaganda ao governo. Depois do 25 de Abril, a ANI acabou e formou-se a ANOP um ano depois, da qual fez parte Marques Pinto até 1987, altura em que é nomeado subdirector do 1º de Janeiro.
Com o 25 de Abril, assistimos também a uma mudança na imprensa. Depois da criação do telex e da informática, as noticias podem chegar à redacção já trabalhadas. Afirma mesmo que, «houve uma renovação tecnológica que proporciona um caudal de informação muito maior». Os leitores começaram a pôr em causa algumas coisas que liam, quando até aqui, a noticia era sagrada. «O leitor hoje em dia está muito mais atento e já não come tudo o que lhes querem dar».
O jornalista dos nossos dias, tem que ter sentido de responsabilidade e fazer as noticias ao gosto do leitor sob pena de o perder. «Antigamente, a noticia era feita como se fazia um romance. Hoje é precisamente o contrário. O leitor é preguiçoso e muitas vezes, só tem tempo para ler o lead. Se o lead não for objectivo, não há pachorra», concluiu o jornalista Marques Pinto.
Marques Pinto inicia-se no jornalismo com apenas 16 anos, no 1º de Janeiro, numa altura em que não existiam escolas para a prática do mesmo. O 1º curso a existir foi o centro de formação de jornalistas em 1983, no Porto. As instalações na rua do Melo, cedidas pelo Dr. Fernando Gomes, na altura secretário de estado da habitação, rapidamente se tornaram insuficientes devido à grande aceitação por parte dos alunos. Dois anos depois, sentem necessidade de criar uma escola superior, que satisfizesse as suas necessidades, continuando lá a existir, na rua do Melo, pequenos cursos de formação.
A escola superior de jornalismo (esj) foi então fundada a sete de Maio de 1985, onde aparece Marques Pinto como um dos fundadores e até hoje professor da cadeira de imprensa.
Na altura em que o actual subdirector do 1º de Janeiro se inicia na redacção, não existiam máquinas de escrever, telex, nem fax; a única coisa que podiam utilizar nas comunicações à distância era o telefone, que na altura já era um luxo. A sua máquina de escrever era de ferro e foi a 1ª da redacção e o barulho que fazia incomodava os mais velhos que escreviam calmamente à mão.
Nos jornais não podíamos encontrar grande informação, porque o regime proibia tudo ou quase tudo o que afectasse a paz serena em que deveria viver a sociedade Portuguesa. O jornalista afirma mesmo que, «a maioria dos jornalistas não concordavam com a censura porque lhes cortavam as asas.»
Nessa altura havia a agência ANI, agência do estado com poucos jornalistas, que servia indirectamente para fazer propaganda ao governo. Depois do 25 de Abril, a ANI acabou e formou-se a ANOP um ano depois, da qual fez parte Marques Pinto até 1987, altura em que é nomeado subdirector do 1º de Janeiro.
Com o 25 de Abril, assistimos também a uma mudança na imprensa. Depois da criação do telex e da informática, as noticias podem chegar à redacção já trabalhadas. Afirma mesmo que, «houve uma renovação tecnológica que proporciona um caudal de informação muito maior». Os leitores começaram a pôr em causa algumas coisas que liam, quando até aqui, a noticia era sagrada. «O leitor hoje em dia está muito mais atento e já não come tudo o que lhes querem dar».
O jornalista dos nossos dias, tem que ter sentido de responsabilidade e fazer as noticias ao gosto do leitor sob pena de o perder. «Antigamente, a noticia era feita como se fazia um romance. Hoje é precisamente o contrário. O leitor é preguiçoso e muitas vezes, só tem tempo para ler o lead. Se o lead não for objectivo, não há pachorra», concluiu o jornalista Marques Pinto.
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