sexta-feira, outubro 12, 2007

«Intervenção em centro penitenciário» foi o título do grupo de trabalho apresentado no dia 1 de Junho, no CAT das Taipas, por Santiago Rincón Moreno, médico especialista em medicina familiar e comunitaria e pertencente ao corpo facultativo de instituições penitenciarias, e resumido pela revista dependencias.

Toxicodependentes que ingressam na prisão:
Consumo e praticas de risco I
Uma grande parte tem antecedentes de consumo problemático de drogas.
Comparando a estatistica de 2006 com a de 2000 produziu-se uma diminuição da proporção de consumidores de heroína, tranquilizantes e alucinantes e aumentou a proporção de consumidores de alcool nos ultimos 30 dias em situação de liberdade e na prisão.

Toxicodependentes que ingressam na prisão:
Consumo e praticas de risco II
77,2% dos internos consumia drogas no mês anterior a ingressar, geralmente num contexto de policonsumo.
46.2% eram consumidores de heroína e/ou cocaína como droga principal. De forma secundária também consumiam o resto das substancias.
31% consumiam alcool e cannabis junto com psicofarmacos.
Consumiam em menor medida heroína e/ou cocaína as mulheres (39.8%) e os homens (46,9%) e os estrangeiros (21%) em relação aos espanhois com (52,2%), sendo mais numerosos os consumidores especificos de alcool (24,3%) entre os estrangeiros.

Toxicodependentes que ingressam na prisão:
Consumo e praticas de risco III
Entre os que ingressaram eram consumidores de heroína e/ou cocaína, 49,2% estiveram pelo menos uma vez em tratamento de toxicodependência. 23.8% estiveram em PMM e no momento do ingresso estavam em PMM 16,6%, constituindo-se o mesmo na prisão. Os reclusos durante a sua estadia na prisão consomem menos e trocam de patrão de consumo consoante as substancias que consomem na altura.

30.5% dos internos estiveram alguma vez em tratamento de toxicodepencias na prisão.

Toxicodependentes que ingressam na prisão:
Consumo e praticas de risco IV
21% está actualmente em tratamento de toxicodependencia.
Os reclusos são fumadores de tabaco numa proporção que dobra a população geral ( 73.8% frente a 36.7%).
Problemas asociados:
Efermedades associadas a uma percentagem importante como a seropositividade ao HIV, Hepatite B e C, Tbs, ETS e patologia psiquiatrica.
Carencia de hábitos de aseio e higiene pessoal e escaso contacto com Serviços de Saúde previos e Centros de tratamento de toxicodependencias.
Transtornos de personalidade, com frieza afectiva, pessoal e social. Carencia de habilidades sociales, desestructuração familiar, etc.

Porque se desenvolvem programas para drogodependentes em prisões?
Porque nas Prisões há toxicodependientes
• Porque a prisão, às vezes é o FUNDO que toca o toxicodependente e serve de estimulo para iniciar o tratamento.
• Porque há que rentabilizar terapeuticamente a permanencia na Prisão a quem o deseje.
• Por responsabilidade histórica.
• Por obrigação legal

OBJECTIVOS GERAIS
• Evitar o inicio do consumo de drogas dos abstinentes, minimizar as condutas de risco dos iniciados.
Rentabilizar terapéuticamente a entrada na prisão.
• Continuar proceso reabilitador dos que o haviam iniciado antes do seu ingreso na prisão.
• Estimular o inicio da reabilitação.
• Evitar marginalização do toxicodependente.
• Impulsionar a derivação a dispositivos não penitenciarios (artº 182) aqueles toxicopendientes cujas condições jurídicas, penitenciarias e pessoais o permitam.

OBJETIVOS ESPECIFICOS
• Prevenir o inicio do consumo de drogas e as condutas de rieco.- Programas de prevenção e educação para a saude.
• Prevenir e reduzir os riscos e danos associados ao consumo
• Evitar falecimentos.
• Evitar deterior físico.
• Controlar trastornos de saude associados.
• Diminuir aprogressão da infecção VIH.
• Diminuir conflictividade.
• Modificar hábitos de consumo
• Conseguir periodos de abstinencia.
• Optimizar a incorporação social. Dotar de habilidades para afrontar com éxito o tratamento en liberdade.

INTERVENÇÃO
1.- REDUÇÃO DA OFERTA.
Unidade responsavel: Subdirecção Geral de Tratamento e Gestão Penitenciaria. Representada pelo impedimento e persecução da entrada de substancias tóxicas nos centros Penitenciarios

2.- INTERVENÇÃO SOBRE A DEMANDA
2.1.- PREVENÇÃO
Se priorizarão em cada momento as actividades de prevenção que se adecuem às necesidades populacionais. Serão programas estruturados dirigidos a sensibilizar e informar de una forma clara e compreensivel dos efectos das drogas e suas consequencias. Dotar de habilidades para resolver satisfatoriamente as situações usuais de iniciação ao consumo. Em definitiva melhorar a competencia individual e social.

2.2.- ASSISTENCIA
A intervenção requere um enfoque biopsicosocial através de um trabalho multidisciplinar, desde diversas perspectivas, sanitaria, psicológica, social, formativa, etc. para conformar o melhor projecto pessoal.
2.3.- REINCORPORAÇÃO SOCIAL.-
A reincorporação social contempla um processo complexo de socialização, tratando de apoiar a sua incorporação à vida familiar e meio cultural, laboral e social evitando sua marginalização. É necesario uma preparação progressiva do toxicodependiente enquanto o desenvolvimento de actitudes , habilidades, recursos e aprendizajem que ajudem a melhorar o desenvolvimento pessoal, familiar, social e laboral

1.- INTERVENção AMBULATORIA/CENTRO DE DÍA
Se destinarão espaços adequados no C. Penitenciario onde os profissionais possam desenvolver as actividades terapéuticas. Serão dependencias específicas em cada galeria ou módulo (ambulatorio) ou em dependencia centralizada (c.de día). Tambem se poderão executar naqueles centros onde se desenvolva intervenção e módulo terapéutico, como fase de pre-entrada ou expulsão temporal