FIGO: O FRUTO DA DISCORDIA
Depois da polémica transferencia de Luís Figo para o Real Madrid, os adeptos do Barça viram no jogo do passado Domingo, uma forma de se desforrarem da humilhação sofrida. Este era o jogo da verdade. No Camp Nou jogava o Barcelona contra o Real Madrid, a questão que eu levanto é, quem terá ganho este jogo de fortes emoções?
Terá sido mesmo a equipa que marcou dois golos, os adeptos que aproveitaram o jogo para insultar o jogador de nomes que não constam no dicionário, ou o homem que apesar de toda aquela pressão desgastante se aguentou até ao fim do jogo, com toda a postura e carácter que é pedido a um jogador que vale doze milhões de contos? Pois é, esta é uma questão que não tem uma resposta exacta, aliás, como quase tudo no fenómeno que é o futebol.
Podemos pôr a hipótese dos adeptos do Barça terem sido atraiçoados, uma vez que o futebol tem razões que a própria razão desconhece, mas afinal porquê? Se o que eles queriam provar é que não precisam do Figo para ganhar o jogo, então porquê que se estão a chatear?
Imaginemos um trabalhador que acorda todos os dias às seis e meia da manhã para ir para a fábrica de sapatos e como cumpria com todas as suas obrigações a fábrica da concorrência oferece-lhe três vezes mais o dinheiro que ele ganhava. O trabalhador como ser humano que é, aceita a proposta e muda de emprego. Para espanto de todos, o homem nunca mais pôde passar à porta da antiga fábrica porque todos os antigos colegas lhe apontavam o dedo e os clientes além de deixarem de comprar os sapatos feitos por ele, ainda o insultavam com os tais nomes que não vinham no dicionário. Parece absurdo mas é de pequenos absurdos que o futebol vive, de fanatismos que arrastam milhões de pessoas pelas mesmas causas, fanatismos estes que não deixam as pessoas verem as questões racionalmente, não deixam que o Figo seja visto como um ser humano que presta serviços a uma instituição e que é pago por isso, ainda por cima, nem espanhol é, está ali para jogar e receber.
Por outro lado, também é nos estádios de futebol que podemos ver um grande espirito de companheirismo e união por causas que para eles são justas. Aqui não há raças, religiões, idades, ou classes sociais, aqui encontrávamos o trabalhador da fábrica de sapatos, lado a lado com o patrão, unidos a falar a mesma linguagem. Os filhos podem não ter que comer, os empregados podem não ter recebido, as dividas e os impostos podem estar por pagar, mas o Figo é que não podia ir para o Real Madrid.
Esta semana, em Portugal, Manuel Vilarinho prometeu trazer Jardel para o Benfica se ganhasse as eleições; será que os portistas vão detestar quem mais amavam e os benfiquistas vão amar quem mais detestavam?
Depois da polémica transferencia de Luís Figo para o Real Madrid, os adeptos do Barça viram no jogo do passado Domingo, uma forma de se desforrarem da humilhação sofrida. Este era o jogo da verdade. No Camp Nou jogava o Barcelona contra o Real Madrid, a questão que eu levanto é, quem terá ganho este jogo de fortes emoções?
Terá sido mesmo a equipa que marcou dois golos, os adeptos que aproveitaram o jogo para insultar o jogador de nomes que não constam no dicionário, ou o homem que apesar de toda aquela pressão desgastante se aguentou até ao fim do jogo, com toda a postura e carácter que é pedido a um jogador que vale doze milhões de contos? Pois é, esta é uma questão que não tem uma resposta exacta, aliás, como quase tudo no fenómeno que é o futebol.
Podemos pôr a hipótese dos adeptos do Barça terem sido atraiçoados, uma vez que o futebol tem razões que a própria razão desconhece, mas afinal porquê? Se o que eles queriam provar é que não precisam do Figo para ganhar o jogo, então porquê que se estão a chatear?
Imaginemos um trabalhador que acorda todos os dias às seis e meia da manhã para ir para a fábrica de sapatos e como cumpria com todas as suas obrigações a fábrica da concorrência oferece-lhe três vezes mais o dinheiro que ele ganhava. O trabalhador como ser humano que é, aceita a proposta e muda de emprego. Para espanto de todos, o homem nunca mais pôde passar à porta da antiga fábrica porque todos os antigos colegas lhe apontavam o dedo e os clientes além de deixarem de comprar os sapatos feitos por ele, ainda o insultavam com os tais nomes que não vinham no dicionário. Parece absurdo mas é de pequenos absurdos que o futebol vive, de fanatismos que arrastam milhões de pessoas pelas mesmas causas, fanatismos estes que não deixam as pessoas verem as questões racionalmente, não deixam que o Figo seja visto como um ser humano que presta serviços a uma instituição e que é pago por isso, ainda por cima, nem espanhol é, está ali para jogar e receber.
Por outro lado, também é nos estádios de futebol que podemos ver um grande espirito de companheirismo e união por causas que para eles são justas. Aqui não há raças, religiões, idades, ou classes sociais, aqui encontrávamos o trabalhador da fábrica de sapatos, lado a lado com o patrão, unidos a falar a mesma linguagem. Os filhos podem não ter que comer, os empregados podem não ter recebido, as dividas e os impostos podem estar por pagar, mas o Figo é que não podia ir para o Real Madrid.
Esta semana, em Portugal, Manuel Vilarinho prometeu trazer Jardel para o Benfica se ganhasse as eleições; será que os portistas vão detestar quem mais amavam e os benfiquistas vão amar quem mais detestavam?
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