domingo, julho 20, 2003

Funcionários públicos querem mais

Funcionários públicos, com a ajuda do sindicato, reivindicam aumentos salariais mas o governo prefere negociar a subida dos ordenados.
O descontentamento desta classe trabalhadora tem sido apreciada por todos ultimamente, uma vez que estes chegaram à conclusão de que são mal pagos em relação às horas excessivas e subcarregamento de trabalho. Este foco de revolta, levou a que alguns sectores fizessem greve, havendo mesmo, uma exigência por parte do sindicato de um aumento salarial de 5 a 6%. O governo é que não foi em conversas e defendeu-se dizendo que com um orçamento despesista, só pode dar aumentos de 2,6 a 2,9%.
Esta indignação dos funcionários públicos devia levar os leitores a interrogarem-se sobre a qualidade dos serviços públicos em Portugal e que rumo levam os nossos impostos, quantias exorbitantes que a maior parte dos trabalhadores pagam para que lhes sejam prestados serviços.
É necessário, no entanto, dizer que há excepções à regra, mas se analisarem a maioria dos casos, são raros os serviços que funcionam. Temos por exemplo os serviços de repartições de finanças que é do conhecimento geral a forma de funcionamento. Além de se ter de enfrentar filas de quatro horas em pé, a forma de atendimento deixa todos a desejar; vê-se funcionários sentados a conversar de tudo menos dos problemas de quem espera, sem falar das burocracias, porque quem quiser pedir a segunda via de um cartão, além de pagar bem, ainda espera seis meses para o ter.
Podemos falar ainda dos hospitais, se quiserem fazer uma operação, ou têm dinheiro para ir para uma clinica, ou podem esperar anos para serem chamados; pelas consultas externas, espera-se de seis meses a um ano; numa altura em que o novo director do hospital de S.João no Porto, revelou que estão mais de 1000 enfermeiros e mais de 700 médicos em casa com baixa. Ou no hospital há um vírus, ou se estão a baldar para os empregos públicos. Enfim, são estas profissões que não têm qualquer tipo de controle, entra-se às nove, sai-se às quatro horas, só quando vão trabalhar, uma vez que, pelo que se pode ver, neste sector estão constantemente sensíveis a doenças.
Agora com a abertura da loja do cidadão, as pessoas viram as vidas facilitadas, na medida em que, têm a possibilidade de tratar vários assuntos no mesmo local, o que à partida lhes pouparia tempo, só que a realidade é que as filas continuam a existir, perde-se o mesmo tempo, e quando os balcões deviam encerrar às nove, alguns encerram às quatro e meia devido à afluência de pessoas no local.
Podíamos ainda falar dos transportes públicos, dos centros de saúde, da EDP, da companhia das águas, da Portugal Telecom, e de um sem numero de serviços que nos deviam ser prestados com qualidade e aos quais temos direito.
A questão foi levantada, agora restanos a nós contribuintes, pensar o que é feito com os nossos impostos e porquê aumentar alguem, cujo seu sistema de trabalho não
funciona.