Este texto foi publicado no passado dia 16 de Abril pelo jornal O Primeiro de Janeiro
Centro Social Interparoquial de Abrantes - O Projecto Homem
Voltar a acreditar
"Aquilo que eu acredito desde o princípio é que ninguém está condenado a ser toxicodependente para o resto da vida". É com esta frase de esperança que Pedro Moreira, coordenador do Projecto Homem, conta em entrevista a «O Primeiro de Janeiro», a forma como encara o futuro de um toxicodependente, ao mesmo tempo que o ajuda a encontrar a luz no fundo do túnel.
O Projecto Homem teve início a 1 de Julho de 1997, na casa que é hoje a Comunidade Terapêutica D. Amélia, começando por ser um Centro de Dia - primeira fase do programa de tratamento.
A ideia de abrir um centro de recuperação para toxicodependentes em Abrantes partiu do Padre José Graça quando se deu conta dum grande número de toxicodependentes existentes em Abrantes, assim como, em todos os grandes centros limitrofes. Depois de visitar algumas Comunidades diferentes, surgiu a ideia de criar o projecto Homem, ficando logo cativado e sensibilizado pelos princípios, pela filosofia, pelos valores e pela própria metodologia do projecto em si.
O Projecto Homem é um programa terapêutico e educativo de recuperação de toxicodependentes, presupondo um processo de recuperação em várias vertentes, passando por várias fases: o Centro de dia que tem como objectivo acolher as pessoas da rua, afastando-as dos locais de consumo e das pessoas que fazem parte de todos esses ambientes; as Comunidades Terapêuticas onde se faz todo o trabalho pessoal, de conhecimento e crescimento pessoal; uma última fase que é a de Reinserção Social, para uma reentrada em pleno na sociedade, quer a nível laboral, quer a nível de socialização, quer a nível de relação familiar.
Segundo nos conta o nosso interveniente, "nós somos um programa, desde o início protocolado com o SPTT que agora se chama IDT. Temos um acordo para centro de dia, para as duas comunidades e por cada uma das camas protocoladas, recebemos uma quantia do Ministério da Saúde. Claro que isto não é de maneira nenhuma suficiente para suportar os encargos que temos para manter uma casa como esta, e neste sentido, também pedimos uma comparticipação às famílias. Porém, como somos uma instituição sem fins lucrativos, ninguém fica de fora por não poder pagar a mensalidade que estipulamos".
O Projecto Homem tem 40 lugares protocolados para o Centro de Dia, assim como 26 camas em cada uma das comunidades, "isto significa que todos os utentes que tivermos a mais, não recebemos um tostão", acrescenta Pedro Moreira.
Este projecto é uma valência do Centro Social que é dirigido pelo Padre José que também é o presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Abrantes, o que é uma mais valia para o projecto que beneficia muito com o Banco Alimentar.
Não obstante, o projecto, na sua fase terminal de reinserção social, tem protocolos com o Centro de Emprego, ao abrigo do programa Vida Emprego, mas o facto de Abrantes ser uma cidade pequena, acaba por facilitar nomeadamente a procura de emprego. "As pessoas em Abrantes estão bastante receptivas aos ex-toxicodependentes, no entanto, tem as suas desvantagens, porque trata-se de uma cidade pequena onde tudo se sabe e se especula", sublinha o coordenador do projecto.
A atitude das famílias dos toxicodependentes tem evoluído ao longo do tempo. Se no início as pessoas ficavam bastante comprometidas, actualmente vêm neste projecto, a chave para uma possível restruturação das próprias famílias.
"Aquilo que eu acredito desde o princípio é que ninguém está condenado a ser toxicodependente para o resto da vida. Trata-se da pessoa voltar a acreditar que tem dentro de si recursos para voltar a ser uma pessoa livre, consciente e responsável", conselho que Pedro Moreira deixa para todos aqueles que descobriram na droga a solução para os seus problemas.
O sucesso do programa
Num programa tão exigente como este, é difícil fazer uma pesagem linear. Muitos são aqueles que vão ficando pelo caminho, principalmente no início, "são pessoas que não se querem recuperar, querem engordar um bocadinho e ver como é que a coisa funciona. Das pessoas que chegam ao fim do programa com êxito, mais de 90 por cento nunca mais teve problemas", acrescenta Pedro Moreira.
O Programa Homem está completamente livre de drogas e baseado na filosofia humanista, mais concretamente na logoterapia, na busca de sentido para a vida.
O futuro
"Temos neste momento em Ponto Sor e em Castelo Branco, numa fase de instalação, dois apartamentos de reinserção social, no sentido de dar apoio às pessoas, fazendo todo o tratamento aqui, fazendo o Centro de Dia, a Comunidade e por uma questão de proximidade geográfica fazem a inserção lá. No entanto, é uma coisa que está ainda em fase de instalação", conclui o coordenador do Projecto Homem.
Centro Social Interparoquial de Abrantes - O Projecto Homem
Voltar a acreditar
"Aquilo que eu acredito desde o princípio é que ninguém está condenado a ser toxicodependente para o resto da vida". É com esta frase de esperança que Pedro Moreira, coordenador do Projecto Homem, conta em entrevista a «O Primeiro de Janeiro», a forma como encara o futuro de um toxicodependente, ao mesmo tempo que o ajuda a encontrar a luz no fundo do túnel.
O Projecto Homem teve início a 1 de Julho de 1997, na casa que é hoje a Comunidade Terapêutica D. Amélia, começando por ser um Centro de Dia - primeira fase do programa de tratamento.
A ideia de abrir um centro de recuperação para toxicodependentes em Abrantes partiu do Padre José Graça quando se deu conta dum grande número de toxicodependentes existentes em Abrantes, assim como, em todos os grandes centros limitrofes. Depois de visitar algumas Comunidades diferentes, surgiu a ideia de criar o projecto Homem, ficando logo cativado e sensibilizado pelos princípios, pela filosofia, pelos valores e pela própria metodologia do projecto em si.
O Projecto Homem é um programa terapêutico e educativo de recuperação de toxicodependentes, presupondo um processo de recuperação em várias vertentes, passando por várias fases: o Centro de dia que tem como objectivo acolher as pessoas da rua, afastando-as dos locais de consumo e das pessoas que fazem parte de todos esses ambientes; as Comunidades Terapêuticas onde se faz todo o trabalho pessoal, de conhecimento e crescimento pessoal; uma última fase que é a de Reinserção Social, para uma reentrada em pleno na sociedade, quer a nível laboral, quer a nível de socialização, quer a nível de relação familiar.
Segundo nos conta o nosso interveniente, "nós somos um programa, desde o início protocolado com o SPTT que agora se chama IDT. Temos um acordo para centro de dia, para as duas comunidades e por cada uma das camas protocoladas, recebemos uma quantia do Ministério da Saúde. Claro que isto não é de maneira nenhuma suficiente para suportar os encargos que temos para manter uma casa como esta, e neste sentido, também pedimos uma comparticipação às famílias. Porém, como somos uma instituição sem fins lucrativos, ninguém fica de fora por não poder pagar a mensalidade que estipulamos".
O Projecto Homem tem 40 lugares protocolados para o Centro de Dia, assim como 26 camas em cada uma das comunidades, "isto significa que todos os utentes que tivermos a mais, não recebemos um tostão", acrescenta Pedro Moreira.
Este projecto é uma valência do Centro Social que é dirigido pelo Padre José que também é o presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Abrantes, o que é uma mais valia para o projecto que beneficia muito com o Banco Alimentar.
Não obstante, o projecto, na sua fase terminal de reinserção social, tem protocolos com o Centro de Emprego, ao abrigo do programa Vida Emprego, mas o facto de Abrantes ser uma cidade pequena, acaba por facilitar nomeadamente a procura de emprego. "As pessoas em Abrantes estão bastante receptivas aos ex-toxicodependentes, no entanto, tem as suas desvantagens, porque trata-se de uma cidade pequena onde tudo se sabe e se especula", sublinha o coordenador do projecto.
A atitude das famílias dos toxicodependentes tem evoluído ao longo do tempo. Se no início as pessoas ficavam bastante comprometidas, actualmente vêm neste projecto, a chave para uma possível restruturação das próprias famílias.
"Aquilo que eu acredito desde o princípio é que ninguém está condenado a ser toxicodependente para o resto da vida. Trata-se da pessoa voltar a acreditar que tem dentro de si recursos para voltar a ser uma pessoa livre, consciente e responsável", conselho que Pedro Moreira deixa para todos aqueles que descobriram na droga a solução para os seus problemas.
O sucesso do programa
Num programa tão exigente como este, é difícil fazer uma pesagem linear. Muitos são aqueles que vão ficando pelo caminho, principalmente no início, "são pessoas que não se querem recuperar, querem engordar um bocadinho e ver como é que a coisa funciona. Das pessoas que chegam ao fim do programa com êxito, mais de 90 por cento nunca mais teve problemas", acrescenta Pedro Moreira.
O Programa Homem está completamente livre de drogas e baseado na filosofia humanista, mais concretamente na logoterapia, na busca de sentido para a vida.
O futuro
"Temos neste momento em Ponto Sor e em Castelo Branco, numa fase de instalação, dois apartamentos de reinserção social, no sentido de dar apoio às pessoas, fazendo todo o tratamento aqui, fazendo o Centro de Dia, a Comunidade e por uma questão de proximidade geográfica fazem a inserção lá. No entanto, é uma coisa que está ainda em fase de instalação", conclui o coordenador do Projecto Homem.
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