domingo, fevereiro 04, 2007

The Overman

Who has organized the chaos of his passions, given style to his character, and become creative. Aware of life's terrors, he affirms life without resentment.

frederico niche

Despenalizar ou não despenalizar: Eis a questão!!

Devo confessar que me chateia um bocadinho, dos grandes, o facto de ter que ouvir este assunto - todas (as poucas) vezes que me sento para ver televisão. Não é que o assunto nao seja interessante ou que simplesmente não suscite qualquer tipo de interesse na minha pessoa, nao! O cerne da questao aqui centra-se na enorme e profunda tristeza que se apodera de mim quando percebo que em Portugal, um Pais dito Democratico e Laico, ainda se discutem, em praça pública, direitos 'aparentemente' fundamentais, ou simplesmente o direito, tao simples e só, de decidir sobre qual o rumo a dar à vida do seu próprio ser, independentemente duma HIPOTETICA VIDA que pode até vir a existir ou não. O facto de se deixar criar vida em cada um de nós e de ter a responsabilidade de a por num mundo que não é de todo 'cor-de-rosinho', tem que ser SEMPRE um acto planeado e nunca inconsequente, à espera que depois alguma instituicao ou o proprio estado nos ajude a resolver o 'problema'. Todos nós sabemos como é que estas coisas são... todos nós sabemos quantos 'inocentes' estão aí à espera que alguem lhes resolva os problemas, e esses sim, são problemas, e graves em alguns dos casos. Eles são todos resolvidos?!Alguem veio para praça pública discutir se deviamos tomar a 'pilula do dia seguinte' ou não?! O proposito não é o mesmo? Nao estamos nós todos a abortar um processo evolutivo que dará uma vida, quando e se tomarmos essa pilula 'anti-conceptiva'? O ovulo ja não foi fecundado? Cada vez que se tem relações sexuais ficamos a olhar para os espermatozoides dentro do perservativo e interrogamo-nos de que cor seriam os olhos?! Ou estarei eu a fazer algum tipo de confusão e sou do grupo de pessoas com menos moralidade do escalão dos pseudo-moralistas e no fundo o que eu gosto mesmo é de matar criancinhas à hora do lanche, se votar sim?! (Não me parece de todo).Para que serve uma assembleia com maioria absoluta?!De repente lembrei-me que estou em Portugal e que aqui tudo acontece 30 anos mais tarde em relação ao resto do mundo e, então, pensei que já comecava a fazer algum sentido... no entanto, para ser tudo mesmo feito a moda de Portugal, era assim, com estes moldes: Ninguem quer ser responsabilizado, o povo é que decide e eu que fui eleito pelo mesmo povo, vou continuar a fugir com o 'cu à seringa' porque desta forma o meu nome nunca vai ser associado a nada e o responsavel é sempre o ze povinho.E nós povinho, vamo-nos continuar a sentar no sofa impavidos e serenos a assistir em praça pública, pessoas moralmente superiores, ou não, a decidirem se as mulheres portuguesas (algumas delas atrasadas mentais e sem poder de decisao - na ideia deles) devem ser julgadas, por toda gente, em relação ao que fazem na sua privacidade.Só falta mesmo as mulheres portuguesas (essas pecaminosas, fora da lei e moralmente desfavorecidas) comecarem a levar com um 'calhau', mas daqueles muito grandes e pouco polidos, na cabeca e sitios limitrofes para aprenderem a não se meterem com fetos indefesos... essas desgracadas! Então aí qualquer fundamentalismo já existente em qualquer país 'arabe' seria ouro sobre azul... e 'vós povinho', moralmente superior, viveriam felizes para sempre, porque foi-vos dado o 'legitimo' direito de julgar e criticar os moralmente inferiores, que na vossa opinião são merecedores do vosso castigo...

Susana M. Ribeiro